Sábado com arte é Hachura em Cena

No último dia 22 de junho, o histórico casarão do Ateliê do Choro em Diamantina foi palco da oficina "Hachura em Cena". O evento reuniu artistas e entusiastas da arte para explorar a técnica da hachura, utilizando apenas nanquim. O foco da atividade foi a captura das texturas dos bambus e outros elementos presentes no quintal do casarão.

Criando conexões, cada participante relatou sua experiência com o desenho. Isaac, um garoto de 15 anos, trouxe sua pasta de quadrinhos e compartilhou detalhes de seus personagens e conceitos. Ele falou sobre a importância da inclusão, destacando o protagonista de sua criação, que traz visibilidade ao autismo. Seus desenhos são marcados por signos como raios, movimentos e cabelos elétricos.

Após essa troca inicial, os trabalhos seguiram com o tema do bambu. O próprio quintal ofereceu diversas possibilidades, como tramas, cestos e linhas cruzadas. Técnicas foram compartilhadas, construindo um mostruário da visão de cada participante e seus objetos de estudo.

Em seguida, a discussão se voltou para pedras e concreto. De forma inusitada e paradoxal, os participantes analisaram a superfície de uma pétala de orquídea. O processo de ferrugem foi explorado como criação de atmosferas, sombreamentos e outras texturas.

Uma miniatura serviu de exemplo para um exercício de formas. Em tempo recorde, cada participante esboçou as formas de uma cadeira em diversos ângulos. Em seguida, utilizando palavras, os participantes foram desafiados a construir uma poesia concreta sobre a cadeira.

Munidos de todas essas informações, o trabalho final consistiu em esboçar o quintal como cenário para o desenho, ora como natureza morta, ora como paisagem urbana.

A organização da oficina expressou sua gratidão a todos os participantes pela presença e empenho, bem como ao Ateliê do Choro por oferecer um espaço tão acolhedor e inspirador para a prática artística. A colaboração de todos foi fundamental para o sucesso do evento.

Gravetos, ferrugens, concreto. Suspiro, respiro, traço: hachuras. Com Diego Medeiros e sua Hachuras em Cena, vou retomando a leveza das mãos. Elas traçam sombras e luzes em uma composição coletiva com o espaço, o tempo e a vida. Vou descobrindo em meu corpo uma arte que desconhecia: a arte singular das hachuras. Gratidão Diego por conduzir essa descoberta!- relata Helga Espigão